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O belo som

O trabalho de Terence Trevor Panganiban é uma mistura musical de Oriente e Ocidente.

By Ian A. Stewart

Ele já se apresentou alguns dos papéis mais célebres da ópera: Ferrando na peça de Mozart Então Fan Tutte, Mack a faca em A, threepenny, ópera, Paolino em Domenico's Casamento Secreto. Mas para Terence Trevor Lopez Panganiban, há um papel que ele praticamente nasceu para interpretar – um que representa uma gloriosa fusão de três elementos importantes de sua vida. É o papel de Ibarra, o herói de Felipe Padilla de León Noli Me Tangerê, a primeira ópera totalmente tagalo composta na tradição ocidental. A história é baseada nos escritos de José Rizal, o profundamente influente herói da independência filipina do século XIX, mártir e maçom. 

É fácil entender o apelo de Panganiban, cujo orgulho de sua herança e afinidade com a Maçonaria estão personificados em Ibarra. É também um encapsulamento arrumado da alquimia do Oriente com o Ocidente que distingue tanto da cultura das Filipinas – e que Panganiban celebra através de seu trabalho.

Não seria a primeira vez que os mundos maçônico e profissional de Panganiban colidiram. Fora do palco, antes de uma apresentação em Manila há vários anos, Panganiban foi apresentado ao pianista Nathaniel Silva, membro do Gardena Moneta nº 372, onde Silva é o organista da loja. Quatro anos depois, foi uma ligação de Silva, Jovi Rivera, que convidou Panganiban para se apresentar no Universidade de Torrance nº 394 Got Talent América– concerto estilo. Panganiban, cujo pai tinha sido um oficial da grande loja nas Filipinas, sabia que havia encontrado almas gêmeas entre os maçons musicais, e em 2012 ele pediu para se juntar ao lodge.

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Desde então, a voz de Panganiban tem sido um marco nas reuniões maçônicas. Segundo sua estimativa, ele se apresentou em pelo menos 20 instalações de oficiais e, em 2014, foi convidado a cantar “Because We Believe” de Andrea Boccelli no banquete do então Grão-Mestre John Cooper. “Toda a minha família veio das Filipinas”, diz Panganiban. “Foi uma maneira de agradecer aos filipino-americanos por enviarem tanto socorro de volta para casa.” 

A apresentação foi um sucesso e, dois anos depois, Panganiban foi convidado a cantar uma ária da famosa ópera maçônica de Mozart, A Flauta Mágica. 

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Panganiban também obteve sucesso como artista fora da Maçonaria. Como estudante de graduação na Universidade Santo Tomas de Manila, ele foi solista de destaque com a Orquestra Filarmônica das Filipinas. Depois de se mudar para os Estados Unidos (sua mãe é americana e a família morava no sul da Califórnia durante a juventude de Panganiban), Panganiban se juntou à Ópera Land of Enchantment em Gallup, Novo México, e se apresentou com o Taos Opera Institute - enquanto recebendo um mestrado em Cal State Fullerton.

Panganiban tem sido uma espécie de pioneiro como vocalista filipino-americano. A ópera foi introduzida pela primeira vez nas Filipinas no século 19 e, embora as principais companhias de lá ainda executem principalmente as obras canônicas de compositores europeus como Puccini e Verdi, as ilhas desenvolveram uma visão local distinta da forma. Essa herança pode ser vista nas Filipinas sarswela, uma opereta curta que mistura canto e dança folclórica. Na forma e no nome, é adaptado do espanhol zarzuela, um estilo raramente visto nos Estados Unidos. “Nosso treinamento enquanto crescia era mais do que você chamaria Belo canto, ou 'cantar bonito'”, diz ele – uma técnica secular.

Embora os filipinos ainda sejam relativamente incomuns entre o escalão superior de artistas de ópera, um pequeno número começou a se destacar. Panganiban aponta para os tenores Noel Velasco e Arthur Espiritu, o primeiro filipino a cantar no famoso La Scala, em Milão. Agora, uma nova geração de artistas filipinos e filipino-americanos estão se destacando. “Está ficando mais diversificado”, diz Panganiban sobre o mundo da ópera. “Mas é muito competitivo. Há muito trabalho de bastidores no coral antes de ouvirmos a maioria dos artistas. Mas estamos chegando lá.”

CRÉDITO DAS FOTOS:
Estúdios Moonbeam/Russ Hennings

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