EDUCAÇÃO MAÇÔNICA

UM AMIGO E IRMÃO

O IMPORTANTE PAPEL DAS AMIZADE MAÇÔNICA ESTÁ CONSIDERADO NA INICIAÇÃO

Por John L. Cooper III, Past Grão-Mestre

O processo iniciático de se tornar um maçom é repleto de símbolos, alguns dos quais são mais fáceis de interpretar do que outros. É fácil ver o simbolismo nas ferramentas de trabalho de um pedreiro, como, por exemplo, quando apresentamos ao novo Aprendiz um martelo de pedreiro, conhecido como “martelo comum”, e uma vara de medição, que chamamos de “ calibre de vinte e quatro polegadas.” 

Explicamos ao novo maçom que ele deve usar o martelo metaforicamente, moldando sua vida como se fosse um bloco de pedra, “quebrando e eliminando” quaisquer hábitos em sua vida que o impeçam de se tornar uma pessoa melhor. O medidor o lembra que ele tem apenas 24 horas por dia para realizar todas as coisas que deseja fazer.

Um símbolo mais obscuro no processo iniciático requer um pouco mais de consideração para apreender seu verdadeiro significado. Em nosso ritual atual, o diácono sênior é o regente do candidato através do grau. A palestra, que segue o grau, explica que seu maestro era um “verdadeiro e fiel amigo, em cuja fidelidade [ele] podia, com a maior confiança, confiar”. 

Esta declaração refere-se a uma tradição muito anterior – um tempo antes dos diáconos serem oficiais comuns da loja – quando o maestro do candidato era seu patrocinador na Maçonaria. O grau de Aprendiz Ingresso ensina, em parte, que, para progredir na vida, devemos confiar nos outros para nos liderar quando não podemos saber o caminho a seguir. A pessoa que nos lidera é muitas vezes um “condutor” ou alguém que serve como guia.

Outro termo para guia na Maçonaria é “mentor”. Um mentor maçônico é alguém que nos conduz através do processo de compreensão do significado e importância da Maçonaria, não apenas em abstrato, mas para cada um de nós pessoalmente. Um mentor pode ser o homem que assinou nossa petição para a loja, e muitas vezes deveria ser. Ele também pode ser outro “amigo e irmão” com quem o candidato está intimamente ligado. Ele pode, é claro, ser o diácono sênior, e em muitas lojas o diácono sênior leva muito a sério a responsabilidade de orientar os candidatos. 

Além de conduzir o candidato através do próprio ritual, o diácono sênior geralmente recebe a importante tarefa de fazer as perguntas ritualísticas exigidas do candidato antes que ele possa avançar para o próximo grau. Ambas as responsabilidades estão metaforicamente relacionadas ao simbolismo mais profundo de que todo maçom precisa de um amigo e irmão com quem ele tenha um relacionamento pessoal e através de cuja amizade ele aprenderá a compreensão maçônica muito importante da amizade.

A maioria dos graus maçônicos inclui alguém que cumpre o papel de maestro, e o significado simbólico é o mesmo. No Grau do Real Arco este papel é atribuído ao peregrino principal, cujas funções são definidas como “trazer os cegos por um caminho que eles não conheciam; conduzi-los por caminhos que não conheceram; para fazer a escuridão luz diante deles, e as coisas tortas retas; estas coisas para lhes fazer, e não os desamparar”. Essas palavras são apenas uma expansão dos deveres do diácono sênior e, por extensão, dos deveres de um mentor maçônico. Cada um de nós muitas vezes é cego para os deveres que devemos a Deus, nosso país, nosso próximo ou a nós mesmos. 

Um mentor, um amigo e um irmão em cuja fidelidade podemos confiar, com a maior confiança, ajuda-nos a ver esses deveres. Espera-se que ele conduza cada um de nós por um caminho que não conhecíamos antes que as portas da Maçonaria nos abrissem uma nova perspectiva. Espera-se que ele ilumine as trevas diante de nós e endireita as coisas. E, acima de tudo, ele nunca deve nos abandonar.

O papel de um mentor que é amigo e irmão é uma das responsabilidades mais importantes da Maçonaria. Mentores, e aqueles a quem eles lideram na Maçonaria, muitas vezes desenvolvem um forte vínculo de amizade que dura muitos anos. Este é o segredo que causa a “verdadeira Amizade entre Pessoas que deveriam ter permanecido a uma distância perpétua”, como afirmam as Constituições de 1723. Ser amigo e irmão é o coração e a alma da Maçonaria.

PARA SUA CONSIDERAÇÃO

Membros de longa data e novos irmãos podem usar essas perguntas como ponto de partida para uma discussão na loja ou em conversas individuais.

  • Como você define “amizade maçônica?” Como as “amizades maçônicas” diferem das amizades que você tem fora da loja? Por que eles são diferentes?
  • O papel do diácono sênior na liderança de um candidato através do ritual de primeiro grau costumava ser desempenhado pelo padrinho do candidato. Como essa experiência poderia ter sido diferente para você, se você tivesse sido conduzida pelo seu padrinho? Que valor oferece ao diácono sênior desempenhar esse papel?
  • Como a experiência da iniciação maçônica desenvolve laços de confiança entre o candidato e sua loja? Como você e seu lodge podem melhorar essa experiência?
  • Most Worshipful Cooper escreve: “todo maçom precisa de um amigo e irmão com quem ele tenha um relacionamento pessoal e por meio de cuja amizade ele aprenderá a compreensão maçônica muito importante da amizade”. Qual irmão desempenhou esse papel para você? O que você aprendeu com ele?

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